A reputação é um ativo invisível e muito valioso para as empresas, uma vez que pode determinar o sucesso ou o fracasso de uma marca. No mundo corporativo, ela é o elo entre o que uma empresa foi, o que é hoje, o que faz diariamente e o que deseja deixar como legado. Um laço potente, mas profundamente frágil e basta um deslize para ele começar a se desfazer.
E é justamente nesse emaranhado de ações, escolhas e percepções que a Inteligência Artificial entra como protagonista, às vezes como aliada, às vezes como suspeita. A IA generativa, em especial, tem sido vista como uma revolução: automatiza processos, melhora a produtividade, ajuda a escalar operações e prevê comportamentos com precisão.
Esse avanço também colocou as marcas sob uma lupa ainda mais rigorosa. Afinal, automatizar decisões não elimina a responsabilidade sobre elas. Pelo contrário: exige mais critério, mais cuidado, mais transparência.
Basta um chatbot impessoal, uma recomendação enviesada, um algoritmo mal calibrado ou uma decisão automatizada que cause prejuízo a alguém. Tudo isso pode abalar, ou até destruir, a confiança construída por anos.
Antes, a reputação era moldada em campanhas bem pensadas e discursos institucionais. Agora, ela se constrói (ou se perde) nas pequenas interações: numa resposta automática, numa análise de dados, numa sugestão que parece inofensiva, mas não é.
Vale a reflexão
A IA que estamos usando está alinhada com os valores que defendemos?
Sabemos explicar para o nosso público como as decisões automatizadas são tomadas?
Estamos preparados para assumir e corrigir os erros que essas tecnologias possam causar?
Hoje, coerência não é só o que a gente fala. É também o que programamos, os dados que alimentamos, os testes que deixamos de fazer.
No fim das contas, a reputação da sua empresa também está nas entrelinhas do código que ela escreve e no quanto ela está disposta a assumir responsabilidade por ele.